LUISETE
CELSO DANIEL: CINCO ANOS DE IMPUNIDADE
Não posso afirmar que o uso corrente de práticas antieconômicas, lesivas ao interesse coletivo, seja um indício da ação deliberada e criminosa de administradores públicos. Se o fizer, corro o risco de sofrer um processo, uma condenação, uma pena que me obrigue a dispor do que eu não tenho para indenizar “a” ou “b”. Será? Vejamos:
Em novembro de 2005, foi presa jovem mãe de 18 anos. O processo, rápido, resultou em condenação, 4 anos em regime semi-aberto. Seu crime: roubar manteiga em um supermercado, fato amplamente noticiado sem que, até o momento, saibamos de um desfecho em torno do que o bom senso recomendaria, ou seja, o livramento total da acusação que pesa sobre a jovem.
Portanto, notamos que é justo este meu receio de afirmar o que parece óbvio e de, depois, ser vergonhosamente injustiçada.
Esse preâmbulo é, somente, para lembrar Celso Daniel, seqüestrado, torturado, assassinado há cinco anos. Quem matou, por que, que implicações políticas e que atos e redes de corrupção teriam originado o crime, não sabemos, até agora. Tenta-se liquidar o assunto com a tese do crime comum.
Realmente, caso o crime tenha sido engendrado no seio de alguma rede de corrupção dentro do município administrado pelo ex-prefeito, como classificá-lo de crime político? Crime de seqüestro, tortura e assassinato em que as investigações apontaram para a existência de esquemas de “arrecadação” junto a contratados da Prefeitura, é crime hediondo; jamais, poderiam seus autores, se beneficiar de quaisquer desses “expedientes” em uso para proteger criminosos que buscam abrigo na “política”.
Rapidez e eficiência para exercer a injustiça, de um lado, e de outro, a mais vergonhosa impunidade! Então, todos estamos expostos, tanto quanto a jovem presa por roubar manteiga. Tanto quanto autoridades do nosso judiciário e servidores públicos, ameaçados e assassinados em razão do cumprimento do dever, tanto quanto o caseiro que teve o sigilo bancário quebrado... Por que, se um crime hediondo suprime a vida de um político do Partido dos Trabalhadores e se esse Partido, no Poder, não envida esforço para fazer justiça a um seu integrante... E nós, povo brasileiro, confiaremos em quem?
Em novembro de 2005, foi presa jovem mãe de 18 anos. O processo, rápido, resultou em condenação, 4 anos em regime semi-aberto. Seu crime: roubar manteiga em um supermercado, fato amplamente noticiado sem que, até o momento, saibamos de um desfecho em torno do que o bom senso recomendaria, ou seja, o livramento total da acusação que pesa sobre a jovem.
Portanto, notamos que é justo este meu receio de afirmar o que parece óbvio e de, depois, ser vergonhosamente injustiçada.
Esse preâmbulo é, somente, para lembrar Celso Daniel, seqüestrado, torturado, assassinado há cinco anos. Quem matou, por que, que implicações políticas e que atos e redes de corrupção teriam originado o crime, não sabemos, até agora. Tenta-se liquidar o assunto com a tese do crime comum.
Realmente, caso o crime tenha sido engendrado no seio de alguma rede de corrupção dentro do município administrado pelo ex-prefeito, como classificá-lo de crime político? Crime de seqüestro, tortura e assassinato em que as investigações apontaram para a existência de esquemas de “arrecadação” junto a contratados da Prefeitura, é crime hediondo; jamais, poderiam seus autores, se beneficiar de quaisquer desses “expedientes” em uso para proteger criminosos que buscam abrigo na “política”.
Rapidez e eficiência para exercer a injustiça, de um lado, e de outro, a mais vergonhosa impunidade! Então, todos estamos expostos, tanto quanto a jovem presa por roubar manteiga. Tanto quanto autoridades do nosso judiciário e servidores públicos, ameaçados e assassinados em razão do cumprimento do dever, tanto quanto o caseiro que teve o sigilo bancário quebrado... Por que, se um crime hediondo suprime a vida de um político do Partido dos Trabalhadores e se esse Partido, no Poder, não envida esforço para fazer justiça a um seu integrante... E nós, povo brasileiro, confiaremos em quem?
Luisete é administradora do blog Descontrole = Corrupção.
Luisete, Shirlei e demais...
Quem me conhece, lê o meu blog e minhas colunas aqui no jornal que editamos sabe que eu sempre escrevo sobre isso: CONTROLE
Os instrumentos de controle da administração pública brasileira são precários, os casos de corrupção se sucedem e simplesmente ninguém os percebe dentro da coisa pública por várias razões:
a) ingerência política;
b) medo do funcionário de carreira em perder o emprego por perseguição política;
c) incapacidade dos agentes públicos em entender contratos e procedimentos administrativos;
d) Judiciário lerdo e tremendamente mal preparado.
Ora, um juiz que trabalhe com processos de direito administrativo precisa entender de direito administrativo, de orçamento, de auditoria pública e coisa e tal... mas no Brasil, há juízes que trabalham 20 anos em varas de familia e de repente acabam numa vara de fazenda pública... daí, dá m... mesmo!
Tudo vai de encontro a uma das minhas bandeiras: PROFISSIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO: Diminuir os cargos em comissão em 80, 90%, aperfeiçoar as carreiras e melhorar o salário dos quadros técnicos, para que os melhores não fujam para a iniciativa privada.
Posted by Anônimo | 9:17 PM
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