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26 fevereiro 2007

CONTRA A ANISTIA POLÍTICA A JOSÉ DIRCEU



Este blog, na pessoa de sua administradora, Shirlei Horta, coerentemente com as idéias que tem divulgado desde a sua inauguração, aproveita a data de hoje - 26/02/2007, data da BLOGAGEM COLETIVA CONTRA A ANISTIA A JOSÉ DIRCEU - para reafirmar sua convicção de que não é moral anistiar politicamente o ex-deputado, cassado em novembro de 2005, depois inúmeras investigações levadas a cabo a partir do depoimento do deputado federal Roberto Jefferson a respeito de assombrosos escândalos políticos que aconteciam no entorno do poder.

Todo cidadão é político. Todos exercemos, de alguma maneira, nossa cidadania via escolhas políticas. É direito do senhor José Dirceu continuar pregando suas idéias e ideais, como também lhe é garantido o direito de ampla defesa diante do Supremo Tribunal Federal.O que não se admite é que, após todos os escândalos descortinados a partir de 2004, com a denúncia de seu auxiliar direto, Waldomiro Diniz, seja esse senhor representante de quem quer que seja, muito menos da população brasileira.

Está na Internet um MANIFESTO CONTRA A ANISTIA DE JOSÉ DIRCEU, que, em menos de quinze dias de existência, já amealhou quase dez mil assinaturas. Se você ainda não o assinou, basta acessar

http://www.gopetition.com/petitions/manifesto-contra-a-anistia-de-jose-dirceu.html

A não-expressão da vontade popular pode custar ainda mais caro ao Brasil.


23 fevereiro 2007

UM ASSASSINATO E DOIS CUIDADOS

Do blog do Reinaldo Azevedo, ontem à noite:

O assassinato do professor Usaldo Mendes Campos, 56 anos, pai de Fernanda Karina Somaggio, a secretária que acusou Marcos Valério na CPI do Mensalão, pode ter sido apenas uma ocorrência lamentavelmente banal no Brasil, embora nem tão banal em Mococa, convenha-se — não da maneira como aconteceu. Mas é claro que não dá para ignorar quem era a moça. Todo cuidado é pouco para 1) não cair em teorias conspiratórias fáceis; 2) não ignorar ocorrências incomuns, o que, a meu juízo, foi uma constante no caso Celso Daniel por exemplo.


Por Reinaldo Azevedo

MISTÉRIO

Do blog O que pensa Aluizio de hoje:

Karina Somaggio seria o alvo dos assassinos de seu pai

Os sites dos grandes veículos de comunicação e os blogões a eles acoplados podem estar comendo mosca ou guardando a informação para os jornais impressos. O fato é que Cláudio Humberto, no seu site edição desta sexta-feira de madrugada, parece ter furado todos, revelando que Fernanda Karina Somaggio seria o alvo dos assassinos de seu pai. Eis a nota de Cláudio Humberto:

“Policiais que investigam a morte do pai da ex-secretária de Marcos Valério, Fernanda Karina Somaggio, revelaram à coluna que o assassino perguntou “onde está sua filha?”, antes de atirar com revólver 38 em Usaldo Ramos, 56. O assassinato ocorreu na madrugada de terça, em condomínio fechado perto de Mococa (SP) onde Usaldo vivia com a segunda mulher. Foi ela quem contou o diálogo à polícia. Karina ficou até domingo na casa do pai.

Proteção policial

Karina Somaggio, que ficou conhecida pelas denúncias na CPI de caixa 2 do PT, pediu proteção policial e saiu da cidade, após o enterro do pai.


Benefício do carnaval

O assassino, Márcio Alves de Sousa, recebeu “indulto de Carnaval” da penitenciária 2 de Lavínia (SP), onde está um dos líderes do PCC.

Drible na segurança

Márcio e outro indultado se entregaram à polícia em Minas. Duas motos os esperavam fora do condomínio em Mococa, que tem vigilância 24h”.


LUZES!!!!! A festa não acabou e os convidados ainda não estão liberados. Ninguém está seguro, não abra a guarda.

06 fevereiro 2007

ALGUÉM

Ontem, na postagem do texto de Adriana Vandoni (Os sete cadáveres), uma leitora decidiu deixar um desabafo particular. Particular, diga-se, em dois sentidos: no de expressar um sentimento pessoal, instransferível, e no sentido de se aproximar da família Daniel.

Quero lembrar que uma das perdas da família Daniel foi justamente o direito a ter um passado, contato com amigos de infância, vizinhos, coisas que parecem triviais e inúteis, mas que são o esteio da nossa segurança, da nossa auto-estima, da nossa existência pessoal.

Incentivo outros leitores, lembrando que não há necessidade de se identificar, a também postarem comentários que animem a família. De qualquer parte do mundo se pode acessar a Internet e ler esses recados.

Não há nenhuma necessidade de comentar, opinar, sequer falar do seqüestro, tortura e assassinato de Celso Daniel. Pode ser só um apoio. Uma palavra. Uma lembrnça. Ajudas preciosíssimas quando quem quer que seja queira desistir.

03 fevereiro 2007

NÃO ACABOU

Um dos fatores que mais pesaram na decisão de abrir este espaço especificamente destinado à tragédia vivida pelo prefeito Celso Daniel é a constatação de que ainda há gente conformada com a possibilidade de não desvendá-la, o que é péssimo para todo cidadão brasileiro.

Uma das últimas tentativas de deixar tudo por isso mesmo ocorreu com a apresentação de relatório da delegada Elizabete Sato, do 78º Distrito Policial, que pedia o encerramento do inquérito policial.

Leia a seguir o editorial do jornal O Estado de S. Paulo de 24/11/2006, tratando do assunto.

O ESTADO DE S. PAULO - Editorial 24/11/2006

Arquivamento suspeito

Pela forma e pelo conteúdo, o relatório da delegada Elizabete Sato, do 78º Distrito Policial, encerrando o inquérito policial definido como "a continuação do caso Celso Daniel" - prefeito petista de Santo André, assassinado em janeiro de 2002 -, por si constitui um bom argumento para que as investigações não sejam encerradas e para que a insistência da polícia em concluir que se tratou de crime comum e não político seja posta em dúvida, para não dizer suspeição.

Disse a delegada que os testemunhos trazidos a depoimento nessa segunda fase ratificaram as participações dos indivíduos indiciados no primeiro inquérito policial, esclarecendo que "alguns deles até trouxeram uma suspeita aqui e acolá sobre eventual crime político, todavia, suspeita sem a devida prova equivale a quase nada". Considere-se, desde já, que "quase nada" significa alguma coisa e às vezes grandes crimes são descobertos por pequenos e até ínfimos detalhes. A delegada se esqueceu de que o "aqui" ou o "acolá" e o "eventual crime político" são aspectos importantes demais, no caso, para serem tratados superficialmente, com simples generalizações, provenientes de juízos meramente subjetivos de autoridades.

Disse mais a delegada, no relatório: que "optou esta signatária pela não oitiva das figuras conhecidas em Santo André neste segundo Inquérito Policial, Srs. Klinger de Oliveira e Sérgio Gomes da Silva, inicialmente porque é óbvio que eles ratificariam suas declarações anteriores e, por conseguinte, para não transformar a investigação em um acontecimento político". Ora, por que seria "óbvio" que as testemunhas ratificariam declarações anteriores? A vista de novos fatos, informações, novos depoimentos de terceiros ou, simplesmente, de perguntas melhor formuladas por interrogadores, é freqüente testemunhas voltarem atrás, se desmentirem ou darem versão diferente - e às vezes mais verossímil - dos acontecimentos. Como a delegada pôde antever "ratificações" de depoentes e, assim, dispensá-los? E, ao pretender que a investigação não se transformasse em "acontecimento político" - o que, certamente, não dependeria de sua vontade -, a delegada não estaria, justamente, agindo com um viés político?

A delegada concluiu que depois da "efervescência investigativa que suspeitava de crime político, tese defendida pelo Ministério Público de Santo André e pelos irmãos da vítima, certo é que estes dois últimos não apresentaram (...) qualquer indício que redundasse em provas". Concluiu também que a "voracidade" dos promotores sucumbiu, "diante da não demonstração de outras provas". Acontece, no entanto, que a delegada Sato encerrou o inquérito sem ter cumprido nem a metade da pauta de investigação, sem ter realizado a maior parte das diligências solicitadas pelo Ministério Público e por seu próprio pessoal, visto que de um total de 16 diligências solicitadas só atendeu a 5. Ela recusou até a solicitação de um investigador de sua equipe, o policial Marcos Antonio Badan Fonseca, sobre a urgente necessidade de quebra de sigilo telefônico de 33 linhas - que poderiam levar à identificação do grupo que manteve o prefeito em cativeiro e dos autores dos disparos - pois o crime completará 5 anos em 18 de janeiro e as operadoras mantém arquivo dos históricos de chamadas por, no máximo, 5 anos.

Como era de se esperar, o relatório da delegada Sato provocou forte e indignada reação dos promotores de Justiça que apuram o caso. E estes já decidiram seguir adiante - independentemente das conclusões da polícia, pois têm autoridade para isso - tomando depoimentos de testemunhas que, acreditam, poderão levar à identificação de outros mandantes e executores. Nisso, sem dúvida alguma, os membros do Ministério Público paulista estão dando uma satisfação à opinião pública, paulista e brasileira. É inadmissível que um caso como esse seja encerrado com um tamanho acúmulo de suspeições, a refletirem, de maneira notória, a degradação ética do espaço público-político ante a qual as pessoas de bem deste país jamais deverão (usando a palavra escolhida pela delegada) "sucumbir". Para dizer o menos, o arquivamento pretendido pela delegada significa uma suspeita a mais.